terça-feira, 19 de dezembro de 2017

ARTIGO DE PESQUISA: HORTICULTURA ECOLÓGICA: um enfoque na plasticultura para cobertura de canteiros da (Alface) Lactuca sativa L.



João Felipe Maia Dias/IFTO campus Araguatins/jmaia795@Gmail.com
Erica Ribeiro de Sousa Simonetti/IFTO campus Araguatins/erica.simonetti@ifto.edu.br
Nortton Balby Pereira Araujo/IFTO campus Araguatins/nortton_b@hotmail.com
José Felipe Tavares de Almeida/IFTO campus Araguatins/jfelipe.bol@gmail.com
Prof. Dr. Samuel de Deus da Silva/IFTO campus Araguatins/samuel.silva@ifto.edu.br

Eixo Temático: Agroecologia e Produção Orgânica

1.    Introdução

Originária da região do mediterrâneo, a alface (Lactuca sativa L.) é a hortaliça folhosa de maior consumo no mundo, sendo consumida principalmente in natura em forma de saladas (SALA; COSTA, 2012). No Brasil, a alface é uma das hortaliças mais consumidas Silva et al. (2000), destacando-se principalmente como fonte de sais minerais, de vitaminas (COMETTI et al., 2004) e também, contendo baixo valor calórico (FERREIRA, 2015).
A cultura da alface tem ocupado uma posição de destaque no âmbito social e econômico no Estado do Tocantins. Reforça que com isso, tem sido uma boa fonte de renda para inúmeras famílias, uma vez que fixa mão-de-obra no campo, gera imposto e dá um sentido mais amplo no processo de exploração olerícola (MONMENTÉ et al., 2004).
Seu cultivo é realizado durante todo o ano, com menor área cultivada no período do verão devido à ocorrência de chuvas e temperaturas elevadas nesse período (FERREIRA, 2015), prejudicando seu desenvolvimento, bem como aumenta o ataque de pragas e doenças (GONÇALVES, 2002; NUNES, 1986), como o pendoamento precoce, visto que, do ponto de vista comercial é indesejável (MONMENTÉ et al., 2004).
Para Rodrigues (2015) a utilização de novas técnicas de cultivo é importante para a região e para os produtores, que buscam alternativas plausíveis para o aumento da produtividade e redução de custo de produção. Uma forma de reduzir os impactos causados por fatores climáticos na cultura da alface é a utilização de cultivo protegido. Neste contexto, aponta-se a Plasticultura como meio alternativo nas áreas de produção de olerícolas. A Plasticultura teve seu início no Brasil nos anos 70, sendo utilizado primeiramente na cultura do morango, como “mulching”, e em seguida houve uma expansão na olericultura.
A técnica da cobertura do solo, também conhecida como “mulching”, pode ser empregada através do uso de plásticos, material orgânico e outros (RODRIGUES, 2013). Com a técnica do “mulching”, há precocidade da produção e crescimento da produtividade, menor compactação do solo, redução de plantas daninhas (LAMONT, 1993), maior economia de água (MOTA et al., 2010) e redução do uso de insumos, como fertilizantes (fertirrigação) e defensivos (PURQUERE & TIVELLI, 2009). Diante disso, quais materiais são sustentáveis para cobertura de canteiros em hortaliças?

2.    Metodologia

A pesquisa é do tipo descritiva exploratória, de cunho qualitativa, no qual analisou-se os benefícios da cobertura de solo, é do bibliográfica , recorrendo-se a teses, dissertações , artigos como fonte secundária de pesquisa.

3.    Resultados/Discussões

Seabra Junior et al. (2010) comenta que o cultivo a campo aberto proporciona maior irradiância que os ambientes protegidos, esse fator favorece o cultivo em períodos com temperaturas que beneficia o desempenho da espécie, principalmente se utilizar uma cultivar adequada para a região.
Já Monmenté (2004) ressalta que, mesmo a utilização de cultivares de verão as questões climáticas tornam-se um fator limitante no cultivo da alface. Pois, a temperatura é o principal fator que interfere no desenvolvimento da planta (MALAVOLTA et al. 1997), alterando a textura das folhas tornando-as mais fibrosas (SETÚBAL; SILVA, 1992).
Além disso, a água é o componente importante para o metabolismo vegetal, sendo, a cultura uma das hortaliças mais exigentes em água, tendo-se que manter o teor de água no solo acima de 80% da capacidade de água disponível durante o ciclo (PEREIRA; LEAL, 1989).
Inicialmente, o material utilizado como cobertura de solo pelos produtores é o resíduo vegetal obtidos na propriedade como, folha de banana, capim, serragem e outros, como também, resíduos agroindustriais. Sendo que, o uso desse refugo preserva a microbiota do solo, aumenta a qualidade do produto, do meio ambiente, aumentando o lucro do produtor (RODRIGUES, 2015).
Oliveira et al. (2008) avaliaram diferentes tipos de cobertura morta, como, o bagaço de cana-de-açúcar, bambu, capim camerron, crotalária, guandu, eritrina, gliricídia e controle (solo sem cobertura morta). Verificaram ao final do ciclo de cultivo da alface todas as coberturas mortas foram eficientes no controle da vegetação espontânea reinfestante. Resende et al. (2005) analisaram que as coberturas com casca de arroz, maravalha e serragem favoreceram maior sobrevivência de plantas de cenoura. Já Maluf et al. (2004) utilizando plantio direto com a palhada de aveia verificaram um aumento da massa fresca na alface, alcançando 540,06 g cabeça-1.
O agrotêxtil (TNT) confere sua eficiência para a expansão da produção, e também, na ampliação da qualidade do produto obtido. Quanto aos seus benefícios, tem-se aumento do enraizamento das mudas e antecipação a época do transplante da mandioquinha-salsa (REGHIN et al., 2000).
Houve também, a redução da incidência e da severidade de Alternaria sp. bem como a prevenção ao pendoamento precoce em plantas como a couve-chinesa (MIGUEL et al., 1992). Entretanto, há desvantagens quanto à fragilidade no manuseio, dificuldade no controle de ervas daninhas e adubação de cobertura o que demanda sua remoção (HUBER, 1989).
Foram realizados estudos com diversos materiais e obtiveram que o filme plástico de baixa densidade (PEBD) evidenciou-se dos demais, assim, sendo empregado na cobertura de solo. Todavia, ao se cobrir o solo, também são modificados parâmetros importantes do microclima, como a temperatura do solo, cujas amplitudes variam com a absortividade e condutividade térmica do material utilizado na cobertura (FERREIRA, 2015).
O mulching aumenta a radiação refletida, reduz a temperatura do solo e a evaporação de água, impedindo a formação de crostas superficiais e favorecendo a emergência das plantas (SAUER et al., 1998). Segundo Rodrigues (2009) os materiais polietileno têm melhores resultados quando utilizados em épocas de temperaturas amenas, pois proporciona melhor mineralização dos nutrientes e metabolismo da planta.
No caso de filmes prateados, são capazes de refletirem a maioria dos raios solares, propagando pouca energia aos solos, constituindo-se num dos materiais sintéticos mais pertinentes para regiões quentes, como é o caso da região Nordeste do Brasil (SGANZERLA, 1995). Verdial et al. (2000) avaliaram a utilização de mulching plástico dupla face (prateado/preto) viabilizou maior produtividade e melhor qualidade das plantas de alface cultivar Lucy Brown.
Em Seropédica-RJ, (GONÇALVES, 2015) avaliou a utilização do papelão sobre a umidade e temperatura nas camadas superficiais do solo em espécies arbóreas nativas da Mata Atlântica e verificou menor oscilação no teor de umidade do solo em comparação aos demais tratamentos, e manteve a temperatura do solo até 8,5 °C mais baixo na camada de 0 a 10 cm, em relação ao tratamento feito o coroamento com enxada. 

4.    Considerações Finais ou Conclusões

Nesse contexto, o emprego da cobertura de solo destaca-se, principalmente, após o surgimento dos filmes plásticos, que vem possuindo uma maior visibilidade, devido à sua praticidade de aplicação e, sobretudo, pelas vantagens averiguadas que trazem aos cultivos Sganzerla (1995).  No sentido de proteção é importante destacar os meios de cobertura do solo, podendo ser orgânicos e até mesmo inorgânicos, promovendo uma série de benefícios, tais como formar barreira para redução de plantas invasoras, manutenção da umidade no solo, reduzir oscilação térmica no solo, entre outros aspectos favoráveis. Desta forma, respeita-se ou busca atender os princípios da agricultura sustentável. Ainda assim, há uma necessidade de descobrir alternativas de materiais sustentáveis e recicláveis que podem está sendo empregado na agricultura familiar.

5.    Referências Bibliográficas

COMETTI, N. N.; MATIAS, G. C. S.; ZONTA, E; MARY, W.; FERNANDES, M. S.
Compostos nitrogenados e açúcares solúveis em tecidos de alface orgânica, hidropônica e convencional. Horticultura Brasileira, v. 22, p. 748-753, 2004.

FERREIRA, T. A.; Modalidades e épocas de cultivo de alface em Gurupi-TO, dissertação, 2015.

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gramíneas e no crescimento de espécies arbóreas.
2016 70f. Dissertação (Mestrado em
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Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Seropédica, RJ, 2015.

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