terça-feira, 19 de dezembro de 2017

E LÁ VAMOS NÓS

Hein?    


Eu em todas as provas kkkk


Já fiz uma pergunta assim para um professor. Aconselho vcs, nunca faça kkkk


Quero até ver quando chegar a hora kkkk


Não me julguem, não podia deixar passar...kkkkk



Sempre é bom ajudar a vozinha 


Tem mesmo

CURSO DE AGRONOMIA DO IFTO - CAMPUS ARAGUATINS

OBJETIVO GERAL
Formar, qualificar e graduar profissionais habilitados a atuar de forma crítica e criativa na identificação e resolução de problemas, considerando seus aspectos tecnológicos, políticos, econômicos, sociais, ambientais, gerenciais organizativos e culturais, com visão ética e humanística, em atendimento às demandas da sociedade. Para tanto, as atividades do curso devem resultar de um processo integrado de ensino, pesquisa e extensão de qualidade, capaz de dotar os discentes de discernimento e habilidades para pesquisar, propor, gerenciar e conduzir tecnicamente inovações e mudanças, bem como a utilizar racionalmente os recursos disponíveis, além de conservar o equilíbrio ambiental.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS
O Curso de Engenharia Agronômica do IFTO do Campus Araguatins tem como objetivos específicos formar profissionais capazes de:
a) Utilizar os fatores de produção racionalizados a produção vegetal e animal, em harmonia com o meio ambiente, compreendendo os problemas administrativos e econômicos;
b) Desenvolver sua capacidade de compreensão da realidade e de sua habilidade para criar e implementar decisões;
c) Buscar novas fronteiras de atuação e contribuir para o avanço econômico e social através da adaptação, criação e/ou desenvolvimento de tecnologias.
d) Formar profissionais aptos a promover, orientar e administrar a utilização dos fatores de produção vegetal e animal, em harmonia com o ecossistema;
e) Possibilitar a preparação básica para o trabalho e a cidadania do discente, para continuar aprendendo, de modo a ser capaz de se adaptar com flexibilidade a novas condições de ocupação ou aperfeiçoamento posteriores;
f) Capacitar os futuros profissionais ao planejamento, pesquisa e utilização dos processos e técnicas adequadas à solução de problemas relacionados ao desenvolvimento qualitativo e quantitativo dos produtos agropecuários tanto no contexto regional e nacional;
g) Aprimorar o discente como pessoa humana, incluindo a formação ética e o desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento crítico;
h) Proporcionar formação técnica e humanística ao corpo discente de modo a promover o desenvolvimento de sua capacidade de compreensão da realidade e de sua habilidade para criar e implementar decisões;
i) Interagir para a compreensão dos fundamentos científico-tecnológicos dos processos produtivos, relacionando a teoria com a prática nas várias atividades pedagógicas do curso;
j) Proporcionar condições para o desenvolvimento de profissionais que sejam capazes de buscar novas fronteiras de atuação e contribuir para o avanço econômico e social por meio da adaptação, criação e/ou desenvolvimento de tecnologias.




ARTIGO DE PESQUISA: HORTICULTURA ECOLÓGICA: um enfoque na plasticultura para cobertura de canteiros da (Alface) Lactuca sativa L.



João Felipe Maia Dias/IFTO campus Araguatins/jmaia795@Gmail.com
Erica Ribeiro de Sousa Simonetti/IFTO campus Araguatins/erica.simonetti@ifto.edu.br
Nortton Balby Pereira Araujo/IFTO campus Araguatins/nortton_b@hotmail.com
José Felipe Tavares de Almeida/IFTO campus Araguatins/jfelipe.bol@gmail.com
Prof. Dr. Samuel de Deus da Silva/IFTO campus Araguatins/samuel.silva@ifto.edu.br

Eixo Temático: Agroecologia e Produção Orgânica

1.    Introdução

Originária da região do mediterrâneo, a alface (Lactuca sativa L.) é a hortaliça folhosa de maior consumo no mundo, sendo consumida principalmente in natura em forma de saladas (SALA; COSTA, 2012). No Brasil, a alface é uma das hortaliças mais consumidas Silva et al. (2000), destacando-se principalmente como fonte de sais minerais, de vitaminas (COMETTI et al., 2004) e também, contendo baixo valor calórico (FERREIRA, 2015).
A cultura da alface tem ocupado uma posição de destaque no âmbito social e econômico no Estado do Tocantins. Reforça que com isso, tem sido uma boa fonte de renda para inúmeras famílias, uma vez que fixa mão-de-obra no campo, gera imposto e dá um sentido mais amplo no processo de exploração olerícola (MONMENTÉ et al., 2004).
Seu cultivo é realizado durante todo o ano, com menor área cultivada no período do verão devido à ocorrência de chuvas e temperaturas elevadas nesse período (FERREIRA, 2015), prejudicando seu desenvolvimento, bem como aumenta o ataque de pragas e doenças (GONÇALVES, 2002; NUNES, 1986), como o pendoamento precoce, visto que, do ponto de vista comercial é indesejável (MONMENTÉ et al., 2004).
Para Rodrigues (2015) a utilização de novas técnicas de cultivo é importante para a região e para os produtores, que buscam alternativas plausíveis para o aumento da produtividade e redução de custo de produção. Uma forma de reduzir os impactos causados por fatores climáticos na cultura da alface é a utilização de cultivo protegido. Neste contexto, aponta-se a Plasticultura como meio alternativo nas áreas de produção de olerícolas. A Plasticultura teve seu início no Brasil nos anos 70, sendo utilizado primeiramente na cultura do morango, como “mulching”, e em seguida houve uma expansão na olericultura.
A técnica da cobertura do solo, também conhecida como “mulching”, pode ser empregada através do uso de plásticos, material orgânico e outros (RODRIGUES, 2013). Com a técnica do “mulching”, há precocidade da produção e crescimento da produtividade, menor compactação do solo, redução de plantas daninhas (LAMONT, 1993), maior economia de água (MOTA et al., 2010) e redução do uso de insumos, como fertilizantes (fertirrigação) e defensivos (PURQUERE & TIVELLI, 2009). Diante disso, quais materiais são sustentáveis para cobertura de canteiros em hortaliças?

2.    Metodologia

A pesquisa é do tipo descritiva exploratória, de cunho qualitativa, no qual analisou-se os benefícios da cobertura de solo, é do bibliográfica , recorrendo-se a teses, dissertações , artigos como fonte secundária de pesquisa.

3.    Resultados/Discussões

Seabra Junior et al. (2010) comenta que o cultivo a campo aberto proporciona maior irradiância que os ambientes protegidos, esse fator favorece o cultivo em períodos com temperaturas que beneficia o desempenho da espécie, principalmente se utilizar uma cultivar adequada para a região.
Já Monmenté (2004) ressalta que, mesmo a utilização de cultivares de verão as questões climáticas tornam-se um fator limitante no cultivo da alface. Pois, a temperatura é o principal fator que interfere no desenvolvimento da planta (MALAVOLTA et al. 1997), alterando a textura das folhas tornando-as mais fibrosas (SETÚBAL; SILVA, 1992).
Além disso, a água é o componente importante para o metabolismo vegetal, sendo, a cultura uma das hortaliças mais exigentes em água, tendo-se que manter o teor de água no solo acima de 80% da capacidade de água disponível durante o ciclo (PEREIRA; LEAL, 1989).
Inicialmente, o material utilizado como cobertura de solo pelos produtores é o resíduo vegetal obtidos na propriedade como, folha de banana, capim, serragem e outros, como também, resíduos agroindustriais. Sendo que, o uso desse refugo preserva a microbiota do solo, aumenta a qualidade do produto, do meio ambiente, aumentando o lucro do produtor (RODRIGUES, 2015).
Oliveira et al. (2008) avaliaram diferentes tipos de cobertura morta, como, o bagaço de cana-de-açúcar, bambu, capim camerron, crotalária, guandu, eritrina, gliricídia e controle (solo sem cobertura morta). Verificaram ao final do ciclo de cultivo da alface todas as coberturas mortas foram eficientes no controle da vegetação espontânea reinfestante. Resende et al. (2005) analisaram que as coberturas com casca de arroz, maravalha e serragem favoreceram maior sobrevivência de plantas de cenoura. Já Maluf et al. (2004) utilizando plantio direto com a palhada de aveia verificaram um aumento da massa fresca na alface, alcançando 540,06 g cabeça-1.
O agrotêxtil (TNT) confere sua eficiência para a expansão da produção, e também, na ampliação da qualidade do produto obtido. Quanto aos seus benefícios, tem-se aumento do enraizamento das mudas e antecipação a época do transplante da mandioquinha-salsa (REGHIN et al., 2000).
Houve também, a redução da incidência e da severidade de Alternaria sp. bem como a prevenção ao pendoamento precoce em plantas como a couve-chinesa (MIGUEL et al., 1992). Entretanto, há desvantagens quanto à fragilidade no manuseio, dificuldade no controle de ervas daninhas e adubação de cobertura o que demanda sua remoção (HUBER, 1989).
Foram realizados estudos com diversos materiais e obtiveram que o filme plástico de baixa densidade (PEBD) evidenciou-se dos demais, assim, sendo empregado na cobertura de solo. Todavia, ao se cobrir o solo, também são modificados parâmetros importantes do microclima, como a temperatura do solo, cujas amplitudes variam com a absortividade e condutividade térmica do material utilizado na cobertura (FERREIRA, 2015).
O mulching aumenta a radiação refletida, reduz a temperatura do solo e a evaporação de água, impedindo a formação de crostas superficiais e favorecendo a emergência das plantas (SAUER et al., 1998). Segundo Rodrigues (2009) os materiais polietileno têm melhores resultados quando utilizados em épocas de temperaturas amenas, pois proporciona melhor mineralização dos nutrientes e metabolismo da planta.
No caso de filmes prateados, são capazes de refletirem a maioria dos raios solares, propagando pouca energia aos solos, constituindo-se num dos materiais sintéticos mais pertinentes para regiões quentes, como é o caso da região Nordeste do Brasil (SGANZERLA, 1995). Verdial et al. (2000) avaliaram a utilização de mulching plástico dupla face (prateado/preto) viabilizou maior produtividade e melhor qualidade das plantas de alface cultivar Lucy Brown.
Em Seropédica-RJ, (GONÇALVES, 2015) avaliou a utilização do papelão sobre a umidade e temperatura nas camadas superficiais do solo em espécies arbóreas nativas da Mata Atlântica e verificou menor oscilação no teor de umidade do solo em comparação aos demais tratamentos, e manteve a temperatura do solo até 8,5 °C mais baixo na camada de 0 a 10 cm, em relação ao tratamento feito o coroamento com enxada. 

4.    Considerações Finais ou Conclusões

Nesse contexto, o emprego da cobertura de solo destaca-se, principalmente, após o surgimento dos filmes plásticos, que vem possuindo uma maior visibilidade, devido à sua praticidade de aplicação e, sobretudo, pelas vantagens averiguadas que trazem aos cultivos Sganzerla (1995).  No sentido de proteção é importante destacar os meios de cobertura do solo, podendo ser orgânicos e até mesmo inorgânicos, promovendo uma série de benefícios, tais como formar barreira para redução de plantas invasoras, manutenção da umidade no solo, reduzir oscilação térmica no solo, entre outros aspectos favoráveis. Desta forma, respeita-se ou busca atender os princípios da agricultura sustentável. Ainda assim, há uma necessidade de descobrir alternativas de materiais sustentáveis e recicláveis que podem está sendo empregado na agricultura familiar.

5.    Referências Bibliográficas

COMETTI, N. N.; MATIAS, G. C. S.; ZONTA, E; MARY, W.; FERNANDES, M. S.
Compostos nitrogenados e açúcares solúveis em tecidos de alface orgânica, hidropônica e convencional. Horticultura Brasileira, v. 22, p. 748-753, 2004.

FERREIRA, T. A.; Modalidades e épocas de cultivo de alface em Gurupi-TO, dissertação, 2015.

GONÇALVES, Fernando Lima Aires, Efeito do coroamento com papelão na supressão de
gramíneas e no crescimento de espécies arbóreas.
2016 70f. Dissertação (Mestrado em
Ciências Florestais e Ambientais). Instituto de Florestas, Departamento de Silvicultura,
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Seropédica, RJ, 2015.

HUBER, P. Non-woven fabrics and plastics nets for vegetable crop protection. Plasticulture n. 81, p. 42-50, 1989.

LAMONT Jr., W. J. Plastic mulches for the production of vegetable crops. Hort Technology, v. 3, n. 1, p. 35-39, 1993.

MALAVOLTA, E., VITTI, G.C., OLIVEIRA, S.A. Avaliação do estado nutricional
das plantas
. Piracicaba: POTAFOS, 1997. 319p.

MALUF, L. E. J. Maluf et al. Avaliação de Cultivares de Alface Americana em Diferentes Tipos de Cobertura Morta . In: Congresso Brasileiro de Olericultura, 2004, Campo Grande. Anais... Campo Grande: [s.n.], 2004. p. 492-493. v. 44.
MIGUEL, A.; SERRA, J.; SERRANO, E. Ensayo de cultivo de lechuga bajo malla. Phytoma España, n. 37, p. 20-26, 1992.

MOMENTÉ, V. G. Avaliação de Cultivares de Alface na Região de Gurupi-TO. Horticultura Brasileira, Brasília, v. 22, suplemento CD-ROM, 2004.

MOTA, J. C. A.; LIBARDI, P. L; BRITO, A. dos S.; ASSIS JÚNIOR, R. N. de; AMARO FILHO. J.
Armazenagem de água e produtividade de meloeiro irrigado por gotejamento, com a superfície do solo coberta e desnuda. Revista Brasileira de Ciência do Solo, Viçosa, MG, v. 34, p. 1721-1731, 2010.

NUNES, M. U. C Produtividade de cultivares de alface (Lactuca sativa L.) sob cobertura
plástica e em campo aberto no Acre
. EMBRAPA, Comunicado Técnico n. 44, 3p. 1986.

OLIVEIRA, F. F.; GUERRA, J. G. M.; ALMEIDA, D. L.; RIBEIRO, R. L. D.; ESPINDOLA, J. A. A.; RICCI, M. S. F.; CEDDIA, M. B. Avaliação de coberturas mortas em cultura de alface sob manejo orgânico. Horticultura Brasileira, Brasília, DF, v. 26, p. 216-220, 2008.

PEREIRA, C. Z.; DOMINGOS, S. R.; GOTO, R. Cultivo de alface tipo americana no verão, com diferentes tipos de solo. Horticultura Brasileira, Brasília, v. 18, p.491-492, jul. 2000. Suplemento.

PEREIRA, N. N. C., LEAL, N. R. (Coord.) Recomendações para a cultura da alface. Inf.Técn. PESAGRO-Rio, v. 21, p.1-12, 1989.

PURQUERE L. F. V; TIVELLI S. W. Manejo do ambiente em cultivo protegido. Disponívelem:<http://www.iac.sp.gov.br/Tecnologias/MANEJO_Cultivo_Protegido/Manejo_Cultivo_protegido.htm> Acesso em: 07 de jun de 2017.

REGHIN, M. Y.; OTTO, R. F.; SILVA, J. B. C. da. “Stimulate Mo” e proteção com “Tecido não Tecido” no pré-enraizamento de mudas de mandioquinha-salsa. Horticultura Brasileira, v. 18, n. 1, p. 53-57, 2000.

RESENDE, F. V. et al. Uso de cobertura morta vegetal no controle da umidade e temperatura do solo, na incidência de plantas invasoras e na produção da cenoura em cultivo de verão. Ciência e Agrotecnologia, v. 29, n. 1, p. 100-105, 2005.

RODRIGUES, D. S.; NOMURA, E. S.; GARCIA, V. A.. Coberturas de solo afetando a produção de alface em sistema orgânico. Ceres, v. 56, n. 3, 2015.

RODRIGUES, M. A. et al. Boas práticas agroecológicas em horticultura urbana. In: VII Congreso Ibérico de Agroingeniería y Ciencias Hortícolas. SECH, 2013.

SALA, F C.; COSTA, C. P. Retrospectiva e tendência da alfacicultura brasileira. Horticultura Brasileira, Brasília, DF, v. 30, p. 187-194, 2012.

SAUER, T. J., HATFIELD, J. L., PRUEGER, J. H., NORMAN, J. M. (1998). Surface energy balance of a
corn residue-covered field. Agricultural and Forest Meteorology. v. 89, p.155-168.

SEABRA JUNIOR, S.; SANTOS, L. L. ; NUNES, M. C. M. LUMINOSIDADE, TEMPERATURA DO AMBIENTE E DO SOLO EM AMBIENTES DE CULTIVO PROTEGIDO. Revista de Ciências Agro-Ambientais (Impresso), v. 8, p. 83-93, 2010.

SETUBAL W. J.; SILVA A. R. Avaliação do comportamento de alface de verão em condições de calor no município de Teresina-PI. Teresina: UFPI, 17p. 1992.

SGANZERLA E. 1995. Nova Agricultura: a fascinante arte de cultivar com plásticos.
4ed. Porto Alegre: Plasticultura Gaúcha. 303p.

SILVA, V. F.; BEZERRA NETO, F.; NEGREIROS, M. Z.; PEDROSA, J. F. Comportamento de cultivares de alface em diferentes espaçamentos sob temperatura e luminosidade elevadas. Horticultura Brasileira, Brasília, v. 18 n. 3, p. 183-187, 2000.

VERDIAL M. F.; LIMA M. S; MOGOR A. F.; GOTO R. 2000. Comportamento da alface tipo americana sob diferentes coberturas desolo. Horticultura Brasileira. v.18, p. 486-488 (Suplemento).

Pesquisadores desenvolvem sistema de produção para a ora-pro-nóbis

A Embrapa hortaliças desenvolveu um sistema de produção pra essa espécie nutritiva e fácil de cultivar.
Pesquisadores da Embrapa Hortaliças desenvolveram um sistema de produção de uma planta comum em vários quintais do Brasil: a ora-pro-nóbis, uma espécie nutritiva, saborosa e fácil de cultivar.
Resultado de imagem para ora-pro-nóbis, EMBRAPA
Reza a lenda que uma planta boa de comer, que cercava as antigas igrejas de Minas Gerais, acabou recebendo o nome de ora-pro-nóbis, que em latim quer dizer “rogai por nós”. Mas a planta não se faz de rogada: cresce em qualquer cantinho e faz parte da história de muitas famílias mineiras.
Esse é caso de Iara Viase, pequena produtora de Sabará, município que fica a 25 quilômetros da capital mineira: “Com o surgimento do festival do ora-pro-nobis aqui na região, nós não tínhamos uma demanda suficiente. Então, meu pai decidiu vamos fazer uma plantação”, conta.
O ora-pro-nóbis é um tipo de cacto, originário da América Tropical e que se adaptou bem no Brasil. É uma planta rústica, com espinhos grandes e resistentes no caule. Sem nenhum tipo de poda, os ramos podem chegar a quatro metros de altura.
Na Embrapa Hortaliças, que fica no Gama, perto de Brasília, os pesquisadores Nuno Madeira e Neide Botrel estudam a planta há mais de 10 anos. A florada do ora-pro-nóbis, que ocorre a partir do segundo ano, dura só um dia. Os frutos do tipo baga escondem duas ou três sementes escuras. “É uma planta riquíssima, uma cactácea, mas é o único gênero de plantas das cactáceas que tem folhas verdadeiras”, comenta Nuno.
Quanto mais a planta cresce, mais espinhos aparecem e a colheita fica mais difícil. Uma planta com sete anos, pode ter mais de dois metros de altura e suas hastes começam a se entrelaçar. Pensando nisso, os pesquisadores desenvolveram uma técnica de manejo. “A gente propôs fazer um manejo que fizesse uma domesticação, pra que a planta não fique tão vigorosa e que a gente consiga fazer várias colheitas de uma forma muito mais facilitada pro agricultor”, explica Nuno.
Em cinco anos de pesquisa, os agrônomos chegaram a um sistema de plantio adensado com colheitas sucessivas. A propagação é feita por estacas, plantadas em linhas duplas, com espaçamento de um metro entre plantas e 1,20 m entre linhas. São cinco mil pés por hectare. No período chuvoso, dá para colher as folhas a cada três semanas. Já na seca, no intervalo de dois meses.
Colheita ideal
Com esse sistema de produção, os agrônomos chegaram ao número ideal de colheitas, entre seis e oito por ano. A pesquisa mostrou ainda que a produtividade aumentou. “A gente tem cinco mil quilos mais ou menos de produção a cada corte, com seis a oito cortes, até nove cortes por ano”, comenta Nuno.

A agrônoma Neide Botrel explica que existem duas possibilidades de colheita: cortar a haste inteira e depois retirar as folhas maiores ou então cortar apenas as pontas da planta. Essas ponteiras valem mais no mercado, porque as folhas são mais novas e suaves: “Parte dela pode ser consumida como um produto fresco, como por exemplo na salada, para ter um aproveitamento maior dos nutrientes. São produtos bem sensíveis, que podem quebrar, então o ideal é colocar em uma embalagem pra ser comercializado”.
Sempre depois da colheita, vem a poda de formação. Nessa hora, é cortar sem dó. Pelos cálculos dos agrônomos, dá pra fazer a colheita e poda de formação em 200 plantas por dia.
Os resultados da pesquisa despertaram o interesse pelo ora-pro-nóbis. Em um dia de campo, a Embrapa Hortaliças conseguiu reunir 150 pessoas interessadas em plantas alimentícias não convencionais. São agricultores, pesquisadores, nutricionistas que vieram de várias partes do país, para discutir e aprender um pouquinho mais sobre esse tipo de plantação.
O zootecnista Cláudio Oliver cultiva a planta há 20 anos, em Palmeira, no Paraná, usada para alimentar o rebanho de cabras. O animal como só as folhas, desviando dos espinhos. O ora-pro-nóbis tem um rico valor nutricional, com teor de proteína que chega a 32% na matéria seca. “Descobri uma planta fantástica, uma quantidade de proteína equivalente ou superior ao da alfafa”, comenta o zootecnista Cláudio Óliver.
Cláudio cuida de uma estação experimental de ora-pro-nóbis e vai levar a ideia do plantio adensado: “A gente vai experimentar com a colheita feita pelo próprio animal, em sistemas de piquetes. A suspeita é que a gente consiga sair do binômio gramíneas e leguminosas, que tradicionalmente é usado em alimentação de pequenos ruminantes, pra incluir a cactácea como uma alternativa a mais”.

Matéria disponivel no Portal Globo Rural: http://g1.globo.com/economia/agronegocios/globo-rural/noticia/2017/12/pesquisadores-desenvolvem-sistema-de-producao-para-ora-pro-nobis.html